sexta-feira, 4 de novembro de 2016

[Geek Cult] - Amor à 2ª vista na exposição ComCiência de Patricia Piccinini

Saudações queridos nerds!


A obra de Patricia Piccinini é um enigma a ser decifrado por cada um de nós, pois se num primeiro momento sentimos repulsa ou estranhamento com suas criaturas em um segundo instante é possível surgir um sentimento de empatia, principalmente quando observamos as expressões e o olhar profundo das obras


A obra fala de criaturas imaginárias e fantásticas e também no comportamento humano, onde explora a incerteza de um futuro geneticamente modificado, onde várias vezes somos expostos ao novo e somos surpreendidos, mas que rapidamente é absorvido e transformado em "normalidade"


O que aconteceria então se fossemos capazes de criar máquinas com genes? E se essas máquinas se transformassem em seres com sentimentos? A paixão do homem pela máquina pode ser tão profundo a ponto de humanizá-la


Pelas imagens podemos perceber o quão realista essas obras são, afinal, elas são feitas de um material que imita a pele e com cabelo humano, quando você vê de perto, você sente o real e consegue até se simpatizar com a criatura mais depressa, ao ver sua expressão, ao andar em volta e ver os detalhes, as manchas, as rugas

Como por exemplo o sorriso dessa garotinha 


Como não simpatizar pela criatura bizarra que está prestes a envolvê-la em seus braços com esse sorriso? O olhar que é trocado entre eles é algo lindo, há uma compaixão enorme e a riqueza de detalhes em ambos, como a pele, as veias, a tonalidade de cor, os detalhes de unha, o brilho nos olhos, tudo isso acaba trazendo semelhanças conosco e nos faz aceitar em um segundo momento

Também é feito o questionamento de: quando começamos a distinguir o que é belo? A criança não tem distinção e por isso ela, facilmente, dormiria, daria um sorriso e sentiria amor por criaturas estranhas a nós que já temos um certo padrão criado pela sociedade


Além disso, quando você segue a rota de como a exposição foi montada, primeiro somos apresentados a seres que se parecem conosco de certa forma, sendo que estes foram misturados com animais reais e mitológicos, como sereias, focas, toupeiras, bicho preguiça, macacos e aceitamos com mais facilidade 

  

Com o caminhar da exposição e depois que nos acostumamos com os seres dessa forma, somos levados a algo mais complexo, algo semelhante a um mergulho no País das Maravilhas de Alice Liddel



E então somos levados a uma garagem um tanto inusitada, com a proposta de humanização das máquinas



Até que somos levados a uma sala que nos conduz a respirar rapidamente e depois se acalmar, para mostrar como somos afetados pelo mundo atual, que, com tanta tecnologia, acaba nos levando ao estresse (o pequeno vídeo dessa sala pode ser visto no meu instagram: Paula Geek )

E a partir daí, meus queridos nerds, a coisa foi ficando bem bizarra, um aprofundamento intenso a esse novo mundo, as obras já não eram tão grandes e magníficas, mas elas mexiam com algo mais do que apenas o exterior e sim o interior, o nosso íntimo e tudo que invade o íntimo acaba sendo um pouco perturbador, não é mesmo? 

Afinal, isso acaba te expondo, não para os outros, mas expõe o seu interior para você mesmo



Mas não troquem esse post pela visita, recomendo muito que não percam essa exposição, que acontece no CCBB e vai até janeiro de 2017

É uma experiência sensacional que te leva a refletir no final da exposição, pois ver por fotos ou assistir vídeos, nunca substitui a sensação de estar no local e de poder ver de perto a riqueza dos detalhes das obras, vendo por um ângulo de 360º e as explicações de cada obra

Beijo e que a Força esteja com vocês!


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